ONCA - Organização Nacional de Conscientização Ambiental

Friday, June 22, 2007

Relatos sobre nossa Biodiversidade





No curso de Qualificação de Guias de Turismo, no módulo flora comentou-se de uma passagem do Padre Anchieta que relata o uso de algumas taturanas por indígenas da costa leste brasileira. No texto a seguir, procurou-se deixar o português escrito da época. O livro completo com as informações do padre Anchieta sobre parte de nossa fauna e flora pode ser obtido nas páginas de busca da internet (ex. Google) escrevendo apenas "Carta do Padre Anchieta 1560".
".... Ha outro bichinho quasi semelhante á centopéia, todo coberto depelos, feio de ver-se, de que ha vários generos, diferem entre si nacôr e no nome, tendo todos a mesma fórma (27). Se alguns deles tocarem no corpo de alguem, causam uma grande dôr que dura muitas horas; os pelos de outros (que são compridos e pretos, de cabeça vermelha) são venenosos, e provocam desejos libidinosos.Os lndios costumam aplicá-los ás partes genitais que assim incitampara o prazer sensual; incham elas de tal modo que em três dias apodrecem, donde vem que muitas vezes o prepucio se fura em diversos lugares, e algumas vezes o mesmo membro viril contrai uma corrupção incuravel: não só se tornam eles feios pelo aspecto horrivel da doença, como tambem mancham e infeccionam as mulheres com quem têm relações (28)."
(28)A tatarana (tata= fogo; rana= semelhante) que provoca “desejos libidinosos” e a socauna (lagarta preta) a que se refere G. Soares (o. c., 246 e 286-7) e cujo pêlo os tupinambás, “tão amigos da carne que se não contentam, para seguirem seus apetites, com o membro genital como a natureza o formou”, sôbre êste colocavam, “que lho faz logo inchar, com o que tem grandes dôres, mais de seis meses, que se lhes vão gastando por espaço de tempo,com o que se lhe faz o seu cano tão disforme de grosso que os não podem as mulheres esperar, nem sofrer”.

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