ONCA - Organização Nacional de Conscientização Ambiental

Monday, June 11, 2007

Bugio no Parque Nacional do Iguaçu




Bugio (Alouatta caraya)

O bugio apresenta o corpo variando entre 420 e 600 mm (Aurichio, 1995; Emmons, 1997), a cauda entre 530 e 650 mm, e o peso entre 3,3 e 7,3 kg, sendo os machos maiores que as fêmeas. São macacos de tamanho avantajado com cauda longa, preênsil e nua na parte inferior de sua extremidade. O polegar é bem desenvolvido e ambos os sexos possuem uma barba espessa. O osso hióide é bastante dilatado, formando uma caixa de ressonância que permite a emissão de sons que podem ser ouvidos a grandes distâncias (Vieira, 1944). Os machos são negros, com poucos reflexos pardos nos pés, mãos e cauda. A pele que aparece nua é negra. A fêmea é castanha clara, com reflexos mais escuros e partes nuas negras. Os machos jovens assemelham-se às fêmeas (Vieira, 1944; Aurichio, 1995) até cerca de 4,5 anos (Emmons, 1997). Estes bugios ocupam os estratos mais altos das florestas e são bastante sedentários, deslocando-se pouco. São diurnos, arborícolas e sociais, formando grupos estáveis compostos por três a 19 indivíduos, usualmente de sete a nove (Emmons, 1997). Alimentando-se de folhas, flores, frutos e brotos, podem ingerir e aproveitar uma grande variedade de espécies arbóreas, porém são rigidamente seletivos quanto à sua ampla lista de preferências. Ingerem poucas espécies em grandes quantidades e muitas espécies em pequenas quantidades, obtendo uma dieta equilibrada segundo suas necessidades (Neville et al., 1988). O Alouatta caraya possui uma alta capacidade de adaptação física e comportamental para viver em condições ecológicas difíceis e, talvez por isso, algumas populações resistam e sobrevivam em fragmentos florestais e em grupos muito isolados entre si, o que pode acarretar uma alta fragilidade (Codenotti et al., 2002). No Parque Nacional do Iguaçu a sua densidade foi relatada como bem menor que a de Alouatta guariba, fato justificado por essa região representar o limite ocidental de sua distribuição natural (Crespo, 1982). A simpatria entre A. caraya e A. guariba pode, segundo Codenotti et al. (2002), indicar boas condições de conservação do ambiente, com a minimização da competição inter-específica.
O Texto foi reproduzido na integra do livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná.

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